Visitar Boticas

O centro de artes Nadir Afonso é um edifício de arquitetura contemporânea projetado pela premiada arquiteta Nova Iorquina Louise Braverman e pelo arquiteto Artur Afonso, filho de Nadir Afonso. O centro é uma homenagem ao pintor, com formação em arquitetura, transmontano com raízes maternas em Boticas.

O edifício por si só configura uma visita interessante pelas suas linhas modernas e soluções arquitetónicas originais, como a cobertura ajardinada visitável. No edifício podemos encontrar em exposição dezenas de obras do mestre transmontano, pioneiro da abstração em Portugal. Podemos também encontrar neste edifício o posto de turismo da vila e um interessante auditório usado para vários tipos de eventos pontuais.

O Museu Rural de Boticas é um dos polos constituintes de um projeto em conjunto, o Ecomuseu do Barroso, que tem vários locais no concelho de Boticas e no seu vizinho Montalegre.

É um local essencial para se perceber a história e essência de Boticas e das suas gentes. Nele podemos ver material iconográfico da Vila tal como instrumentos usados na lavoura, trajes, ambientes de outrora entre outros. Aqui estão presentes as paisagens, tradições e a cultura da região e que ainda hoje podemos presenciar um pouco por todo o concelho.

A igreja paroquial de boticas data de 1880 e é dedicada à Nossa Senhora da

Livração. É uma construção aparentemente muito simples e austera que ecoa o tipicamente português Estilo Chão que apareceu no século  16.

O interior é a parte mais interessante deste edifício, especialmente a capela-mor com uma profusa decoração de mérito artístico. Além do bom trabalho de retábulo, podemos ver os frescos de boa qualidade a representar o

milagre da multiplicação dos pães e Jesus a dar a comunhão do pão e do vinho aos apóstolos, a nave da igreja está decorada com pinturas representando anjos alados.

Desde 2011 que a praça do Município de Boticas tem uma réplica em granito maciço da escultura Guerreiro Galaico que se acredita ser a figura antropomórfica mais antiga da península ibérica.

Esta escultura foi criada ao abrigo do projeto do Centro Europeu de Documentação e Interpretação da Escultura Castreja (CEDIEC).

A escultura representa um guerreiro numa pose estática canónica da cultura castreja da 2ª idade do ferro.

Acredita-se que este tipo de figura representava uma ligação do guerreiro às divindades da época.

Um edifício imponente com um traçado típico da arquitetura chã onde podemos reparar no pormenor das molduras em granito das aberturas do edifício que mantêm as caixilharias em guilhotina típicas em madeira.

A biblioteca abriu em 2000 no edifício dos antigos paços do município que foram reabilitados para conter as valências de uma biblioteca. O resultado é um edifício bem equipado com todas as comodidades e funcionalidades atuais onde se podem encontrar inúmeros livros de interesse para todos os gostos.

Bem no centro da Vila este parque é digno de uma visita de todos aqueles que valorizam a história e o património além da natureza e paisagem. Um parque que além do ambiente verdejante e bem enquadrado tem vários pontos arquitetónicos e escultóricos de interesse. Como o próprio nome nos diz este parque tem um

ribeiro a serpentear dentro dos seus limites, tem equipamentos desportivos para quem se sentir com energia para tal e também uma ponte em arco de volta perfeita, várias outras pontes pedestres, um moinho de granito, um canastro típico e uma escultura que retrata o enorme escritor da região, Miguel Torga.

O CEDIEC é um local fulcral de visita em Boticas, tem um extenso património arqueológico focado na vasta cultura castreja da região. O centro desenvolve-se num conjunto arquitetónico contemporâneo que tem como modelo os mais atuais paradigmas de ciência arqueológica e museológica. O objetivo do CEDIEC é a valorização do Outeiro Lesenho , local de grande valor no panorama dos povoados fortificados da cultura castreja do noroeste da península ibérica. O centro divide-se em vários espaços, nomeadamente, os serviços de atendimento, administração, exposição permanente e sala de documentação, reserva de materiais e área

laboratorial. Um local de grande interesse para quem valoriza a história e deseja conhecer melhor os primórdios de uma região riquíssima em património da altura castreja.

O convento ou colégio da Granja é formada por uma belíssima, ainda que modesta, capela e edifícios adjacentes nomeadamente os dormitórios e restantes divisões típicas de um convento. Tem também um interessante e pitoresco pátio. Destaca-se a fachada barroca da capela e os demais elementos deste movimento arquitetónico espalhados pelo conjunto. O convento tem vindo a ter uma série de trabalhos de

restauro visto que estava abandonado e em ruínas há bastantes anos. Funcionava como colégio para meninas e estava ao cargo das Irmãs Doroteias, congregação religiosa de Beça.

Um espaço museológico que contém toda a informação do vinho ex-líbris de Boticas, o vinho dos mortos.

A história deste vinho é bastante interessante e caricata. Desenrola-se aquando da 2ª invasão das tropas napoleónicas de Portugal em 1808. A história resume-se à intenção de esconder o valioso alimento, o vinho, das tropas francesas. O povo de Boticas optou por enterrar o vinho no chão das próprias adegas. Quando os franceses foram expulsos do país qual foi o espanto das pessoas a comprovarem que o vinho tinha melhorado com a temporada que tinha passado enterrado. Estava criado o vinho dos mortos, assim denominado porque tinha sido enterrado. A técnica foi utilizada desde essa altura e tornou-se uma curiosidade no mundo dos vinhos

Para quem aprecia arquitetura contemporânea tem a oportunidade de visitar um edifício de autoria de um dos mais conceituados arquitetos portugueses da atualidade, António Belém Lima. Um edifício com um traço característico deste arquiteto que se caracteriza por um desenho simples, mas pormenorizado com geometrias complexas que dão personalidade e valorizam os seus edifícios. O edifico liga-se à atual biblioteca, antigos passos do concelho por uma inusitada ponte de vidro. Em frente a ambos mencionados edifícios encontra-se uma praça de acesso despojada e preparada para receber eventos ao ar livre. No átrio do edifício podemos ver um monumental painel de azulejos do mestre Nadir Afonso que valoriza a arquitetura e delicia o olhar dos apreciadores de arte contemporânea.